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Rodrigo Santos: CBF determina, e Estádio Augusto Bauer terá que ter gramado sintético trocado para 2026. Entenda as razões

Segundo entidade, piso não possui certificação necessária para jogos oficiais no ano que vem

Por: Redação
17/06/2025 às 20h05 Atualizada em 17/06/2025 às 20h30
Rodrigo Santos: CBF determina, e Estádio Augusto Bauer terá que ter gramado sintético trocado para 2026. Entenda as razões

Menos de um ano depois do primeiro jogo oficial, o gramado sintético do Estádio Augusto Bauer volta a ser alvo de polêmicas. A CBF, em ofício enviado no dia 2 de abril aos clubes que mandam seus jogos em gramados artificiais, determinou que a certificação Fifa Quality Pro será exigida em todos os campos a partir de 2026, abrindo uma permissão para que os gramados "pendentes" possam receber jogos oficiais ainda nesta temporada.

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A determinação atinge diretamente o Brusque e o Carlos Renaux, que mandam seus jogos no estádio. Eles tem a certeza que poderão terminar o ano jogando em casa, mas não sabem o que vai acontecer em 2026. Uma reunião realizada nesta tarde, com representantes dos dois clubes e da Soccer Grass, empresa que instalou o gramado, tentou buscar uma solução para o caso.

É importante contextualizar: o atual gramado foi adquirido pela empresa que construiu o centro comercial que hoje existe em frente à Avenida Lauro Muller, como troca pela área onde hoje o prédio se encontra. Além disso, foram feitas reformas nas arquibancadas e vestiários, que foram entregues há um ano. Segundo o presidente do Carlos Renaux, Altair Heck, tal contrato de venda do gramado não passou pelo clube.

Passou o tempo, e surgiram reclamações sobre o gramado, que é diferente daquele instalado na Arena Condá, que conta, inclusive, com uma manta de absorção de impacto. Em resposta ao blog em janeiro, a empresa Soccer Grass afirmou que "O gramado do campo tem a mesma performance da do material do Allianz Parque", mesmo com declarações de atletas de que o piso definitivamente não era o mesmo. Com a notícia de que a CBF não aprovaria esse campo para o ano que vem, surgiu o desespero: o que fazer?

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Segundo o presidente do Carlos Renaux, a solução é a troca do gramado depois de pouco mais de um ano de uso:
"A gente não teve acesso ao contrato (de compra do gramado) que o permutante (construtora) fez com a Soccer Grass (...) e na reunião de hoje foi decidido do que fazer o que tem que fazer. O que ele passou é uma grama nova (sic), só que a CBF e a FIFA não aceita, tem que ser totalmente nova, mesmo que a nossa aqui não tenha dois anos de uso, mas eles não aceitam como nova. Então o que ficou dele (Soccer Grass) fazer um orçamento, e vai passar se ele consegue aproveitar essa grama em outro local, ver se ele consegue comercializar essa grama aqui. Na verdade vai ter que botar uma grama nova. Não é que a grama não seja adequada, é a mesma que vai ser usada lá na frente, mas terá que ser nova".

Em resposta ao Blog, Alessandro Oliveira, representante da Soccer Grass, respondeu aos questionamentos, e afirmou que os investidores não exigiram que o campo fosse homologado, por ser mais caro. Confira abaixo, na íntegra:

"No caso do Brusque, quando foi feita a negociação do gramado, os investidores não exigiram que o campo fosse homologado. Isso porque a homologação acabaria aumentando os custos do projeto. Na época, a CBF também não obrigava os estádios a ter o gramado homologado, então o investidor optou por não gastar mais com essa certificação, já que não era uma exigência.

Essa obrigatoriedade só apareceu este ano, logo no início do campeonato. A CBF liberou o Brusque para jogar no estádio atual, com a condição de que, até o fim da temporada, o clube troque o gramado ou instale um sistema homologado.

Inclusive, hoje tive uma reunião com o pessoal do Brusque para tratar disso e já ver como vamos trazer a FIFA para fazer os testes e homologar o estádio. Muito provavelmente vamos ter que trocar o gramado, porque o atual já foi usado e, por isso, não dá para conseguir a certificação. Agora estamos estudando a compra de um novo gramado, bem parecido com o que já temos, mas que já venha com a certificação exigida."

Conversei com Alex Buschirolli, da empresa investidora que ergueu o centro comercial. Segundo ele, a escolha da empresa fornecedora e do tipo do gramado foi do Carlos Renaux em 2024. À época, o gramado comprado atendia às recomendações da CBF, tanto que o Brusque mandou seis jogos da Série B na temporada passada. Ele me afirmou que, por contrato, havia um "teto" de R$ 2 milhões para a compra do gramado, sendo que o custo de um campo com certificação "FIFA Quality Pro" seria o dobro disso. Alex também me confirmou que foi feito um investimento adicional de R$ 400 mil na compra de um composto orgânico (que é marrom, que tem cortiça entre os componentes), que seria mais moderno que a borracha preta, em troca de horários de uso do campo; Para ele, esse investimento adicional para a certificação Fifa teria que ser feita pelo Carlos Renaux, que preferiu não fazer porque o que existia era aprovado no ano passado.

Diante dessa situação, cresce mais uma vez a incerteza sobre o local que o Brusque e o Renaux jogarão em 2026. Há uma conta a ser paga que não estava prevista a essa altura do campeonato. Resta saber aqui onde que ocorreu o erro. Certo é que os dois clubes tem um problemão para resolver.

 

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