Três dos sete envolvidos no assassinato do empresário brusquense Edinei da Maia foram condenados na madrugada deste sábado (7), no primeiro julgamento do chamado "Caso Viúva Negra". O júri encerrou os trabalhos às 2h13 e determinou penas de prisão que variam entre 26 e 27 anos.
Júlio Cezar Durgo Sothe, conhecido como Montanha, foi condenado a 27 anos de reclusão. O tribunal reconheceu seu relacionamento extraconjugal com Elisa, esposa da vítima, como motivação do crime. Robson de Amorim, o "Grilo", recebeu a mesma pena de 27 anos. Já Kauê Hans Becker foi sentenciado a 26 anos de prisão.
Todos os condenados tiveram a prisão mantida e iniciarão o cumprimento da pena em regime fechado. O direito de recorrer em liberdade foi negado pelo juízo. Elisa e outros três envolvidos no crime serão julgados em data ainda não definida.
O crime que chocou a região
O empresário Edinei da Maia desapareceu em 2024 após sair de casa supostamente para orçar um túmulo em Vidal Ramos. O que inicialmente foi tratado como desaparecimento revelou-se um homicídio premeditado.
Segundo o Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC), a vítima foi atraída para uma emboscada em Vidal Ramos, onde foi ameaçada com arma de fogo, amarrada e colocada no porta-malas de seu próprio veículo. Posteriormente, foi transferida para outro carro e levada até uma área de mata entre Brusque e Canelinha, onde uma cova já havia sido preparada dias antes.
No local do crime, Edinei foi brutalmente agredido na cabeça e no tórax antes de ser morto e enterrado. O corpo foi localizado quase três meses depois, em 15 de junho de 2024, em avançado estado de decomposição, o que impossibilitou a determinação exata da causa da morte.
Motivação e planejamento
A acusação sustenta que o crime foi motivado por um relacionamento extraconjugal entre a esposa da vítima e um dos réus. Com o apoio de cinco comparsas, o grupo teria planejado meticulosamente a execução, incluindo a preparação antecipada do local onde o corpo seria ocultado.
A esposa da vítima, que ainda aguarda julgamento, foi pronunciada por homicídio qualificado com as qualificadoras de motivo torpe, emboscada e surpresa, além de ocultação de cadáver e porte ilegal de arma de fogo.
O caso, que ganhou repercussão regional pelo planejamento detalhado e pela brutalidade, representa um dos crimes mais chocantes registrados na região nos últimos anos.