Três dos sete envolvidos no assassinato do empresário brusquense Edinei da Maia serão julgados nesta sexta-feira (6) pelo Tribunal do Júri. Os réus Júlio Cezar Durgo Sothe, conhecido como "Montanha", Kauê Hans Becker e Robson de Amorim, conhecido como "Grilo", responderão por homicídio qualificado.
A esposa do empresário, Elisa Zierke dos Passos, não será julgada nesta primeira etapa. O conselho de sentença foi formado por cinco mulheres e dois homens, após sorteio entre 23 jurados convocados. As defesas esgotaram suas recusas, enquanto a acusação recusou dois jurados.
Os réus compareceram ao tribunal com algemas nos pés, que foram retiradas por ordem do juiz no início da sessão. A previsão é que o julgamento se estenda até o fim da noite desta sexta-feira.
Segundo o Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC), o caso inicialmente foi investigado como desaparecimento. Edinei havia saído de casa para fazer um orçamento de túmulo em Vidal Ramos e não retornou. Durante as investigações, descobriu-se que ele foi sequestrado, assassinado e teve o corpo ocultado em área de mata entre Brusque e Canelinha.
A motivação do crime, conforme a denúncia, estaria relacionada a um suposto caso extraconjugal entre a esposa da vítima e um dos réus. Com apoio de outros cinco homens, o grupo teria planejado a execução, cavando previamente uma cova em local isolado.
No dia do crime, Edinei foi atraído para uma emboscada em Vidal Ramos, onde foi ameaçado com arma de fogo, amarrado e colocado no porta-malas do próprio veículo. Posteriormente, foi transferido para outro carro e levado até a área onde a cova estava preparada.
A vítima foi brutalmente agredida na cabeça e no tórax antes de ser morta e enterrada. O corpo foi localizado quase três meses depois, em 15 de junho de 2024, em avançado estado de decomposição em uma cova aberta na região do Moura, entre Brusque e Canelinha. impossibilitando a determinação exata da causa da morte.
Elisa Zierke dos Passos foi denunciada por homicídio qualificado por motivo torpe, emboscada e surpresa, além de ocultação de cadáver e porte ilegal de arma de fogo. O suposto parceiro no relacionamento extraconjugal recebeu as mesmas acusações, acrescidas de furto.
Os outros cinco réus, incluindo quatro homens que teriam recebido pagamento ou promessa de recompensa, foram denunciados por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e, em alguns casos, porte ilegal de arma de fogo e furto.
A prisão preventiva de todos os réus foi mantida, com negação do direito de recorrer em liberdade, considerando a gravidade dos crimes e o risco de reincidência. O processo tramita sob sigilo e a decisão de primeira instância ainda está sujeita a recursos.