Uma disputa pública entre o Brusque Futebol Clube e o volante Rodolfo Potiguar ganhou as redes sociais após a divulgação de notas conflitantes sobre a saída do atleta do quadricolor catarinense. Na noite de ontem (11), o clube emitiu comunicado oficial explicando a rescisão contratual do jogador, que foi rapidamente contestada pelo advogado do atleta.
Na nota divulgada pelo Brusque FC, o clube informa ter recebido com surpresa a rescisão contratual via liminar judicial de Rodolfo Potiguar, que possuía vínculo até outubro de 2025. Segundo o comunicado, o clube ofereceu novos contratos de trabalho aos jogadores para "criar uma segurança trabalhista e fiscal", mas afirma que "por razões não claras", Potiguar "nunca aceitou regularizar o seu novo vínculo trabalhista".
"Desta forma, e consciente das suas responsabilidades como empregador, o Brusque F.C. tentou, até o último momento, convencê-lo que esta regularização era necessária e que não poderíamos compactuar com qualquer forma de contratação que pudesse, eventualmente, implicar em ilegalidade", diz o texto assinado pela Diretoria Executiva do clube.
Em resposta, o advogado Filipe Rino, que representa o jogador, publicou uma contestação detalhada em suas redes sociais. (veja abaixo). Segundo ele, o problema não foi a recusa em assinar um novo contrato, mas sim a exigência do clube para que Potiguar assinasse um termo de quitação sem receber valores atrasados.
"Rodolfo se negou a assinar o TERMO DE QUITAÇÃO que o clube exigia a assinatura. E, o clube exigia a assinatura dos dois documentos. Se o Rodolfo não assinasse o TERMO DE QUITAÇÃO, não assinaria o novo Contrato", explicou o advogado.
De acordo com Filipe Rino, os valores pendentes remontam a 2020 e incluem: "13º Salário de 2020, 2021, 2022, 2023 e 2024, Férias de 2019/20, 2020/21, 2021/22, 2022/23 e 2023/24, 50 meses (isso mesmo, 50 meses) sem depósitos do FGTS, 6 meses de Direito de Imagem (desde Setembro), 6 meses de Auxílio Moradia (desde Setembro), 4 meses de Salário (desde Novembro)". Além disso, a postagem afirma que "até a premiação pelo acesso de 2023 ainda não foi paga".
O advogado afirma ter tentado negociar com a nova diretoria do Brusque por mais de 30 dias, mas encontrou intransigência por parte do clube, que insistia na assinatura do termo de quitação junto com o novo contrato.
"E não podemos jamais nos esquecer que o atleta de futebol, o ídolo, também tem uma família em casa, também precisa prover o sustento de seus filhos e colocar comida na mesa", finaliza a nota do defensor.
O caso Rodolfo Potiguar ocorre em um momento de transformação no Brusque FC, que recentemente foi convertido em SAF (Sociedade Anônima do Futebol) após ser adquirido pelo empresário Rubens Takano Parreira. O volante era um dos principais nomes do elenco quadricolor, tendo atuado pelo clube por quase seis anos.