O empate do Brusque com o Avaí em casa pode ser considerado bom resultado diante de tanta dificuldade: o time não tinha Rodolfo Potiguar suspenso, Pollero entrou em campo longe do seu melhor preparo, Robinho ficou fora por causa do famoso "desconforto muscular" e o técnico Filipe Gouveia tinha no banco apenas um jogador que não era da base: o lateral Alex Ruan. Isso nem é jogar com "cobertor curto". É você se deitar se cobrindo com uma toalha de rosto.
Esse atraso enorme na montagem do plantel, em meio à novela do investidor que já tem gente trabalhando dentro do clube, gerou um problema que muito provavelmente vai cobrar a conta lá na frente: o Brusque, hoje, tem um time titular, principalmente na defesa, que se comporta bem e saiu ileso em duas partidas. Do meio pra frente, aí vemos o mesmo problema da Série B: o time é inimigo do gol. Pra piorar, o cara que chegou pra tentar trazer um pouco de qualidade no meio (Robinho), jogou alguns minutos em Itajaí e já lesionou para a segunda rodada. A tendência é piorar se não chegar gente: estamos falando de uma maratona de 11 jogos em 40 dias (com a Copa do Brasil no meio), onde é necessário ter gestão de elenco, se não muita gente vai estourar.
Sobram para o treinador os jogadores da base que estão "preenchendo" o banco de reservas. Até agora não vi ninguém que inspire confiança para entrar no lugar de um titular. O exemplo é o centroavante Robson Luiz, que até ano passado era Robinho, mas que teve o nome mudado depois da chegada do xará mais experiente. Titular em Itajaí, ele se mostrou nervoso, errando passes e domínios de bola correndo a esmo pelo campo. Ganhou nova oportunidade contra o Avaí e foi a mesma tristeza. Existem situações que não dá pra forçar.
E é assim, de jogo em jogo, que o Brusque vai desenhando seu caminho no campeonato estadual. Não dá pra ficar só dependendo de não tomar gol. O time precisa aprender com o erro do ano passado e voltar a ter qualidade no ataque. E isso, no elenco atual, é complicado de ver. Pior ainda é quando o treinador precisar olhar pro banco de reserva no segundo tempo e ver que não tem muito o que fazer.