A confusão naquele Brusque x Avaí do dia 20 de março na Arena Joinville foi uma coisa de tom de algo marcado anteriormente. Do nada, no meio do intervalo, chega um grupo de pessoas que estavam nas sociais, pula a cerca, entra no campo, e acontece a briga que todo mundo viu. Não tinha policial militar ali pra cuidar, e até chegarem, muita coisa já tinha acontecido. Confusão que tinha umas 40 pessoas, todos filmados em alta definição. Detidos? nenhum. O cara de boné que invadiu o campo, tomou uma coça e acabou estatelado no chão saiu andando do estádio. Mais uma vez, os CPFs (as pessoas) envolvidas no problema saíram limpos da história. É um caso crítico de segurança pública: os caras descem pro campo pra brigar de cara limpa e na frente de todo mundo, porque sabem que não vai acontecer nada com eles.
Tanto o Brusque quanto o Avaí foram punidos severamente na comissão disciplinar (a "primeira instância") do Tribunal de Justiça Desportiva e agora terão que recorrer ao pleno para diminuir a pena. Pro Avaí o problema é menor, pois o time jogará a Copa Santa Catarina com seu time de base e poderá pagar essa punição na primeira fase, talvez até jogando em Palhoça. O Brusque está em situação pior: não iria jogar a Copinha por já ter a vaga da Copa do Brasil como finalista do Estadual, e teoricamente terá que pagar essa punição na primeira fase do Estadual de 2025.
A questão aqui não é a punição aos CNPJs, ou os clubes envolvidos. É que, mais uma vez, a impunidade desfila pelos campos catarinenses com a falta de vontade de quem deveria investigar isso de encontrar os verdadeiros arruaceiros que circulam pelas arquibancadas, aprontam por aí e vão pra casa sem acontecer nada. Vontade essa que parece ter sobrado depois do clássico Figueirense x Avaí, com uma overdose de câmeras de vigilância mostrando a ação de diversas pessoas arrumando confusão (Aliás... o que aconteceu com eles depois disso?)
É muito simplista dar uma satisfação para a sociedade suspendendo organizadas, fazendo jogo de torcida única e dizendo que tá tudo certo. Até agora, não foram divulgados os nomes impressos nos CPFs registrados nas imagens do clássico no Scarpelli e tampouco ouvimos falar dos encrenqueiros que invadiram o campo em Joinville, que poderão aprontar mais e mais vezes por aí. Até tenho uma esperança que, de repente, o reconhecimento facial possa ajudar a impedir quem apronta de entrar no estádio. Mas enquanto não houver uma real vontade de resolver o problema e ir atrás dos CPFs, isso aí vai continuar por um bom tempo.
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