Confesso que o oba-oba da semana no Brusque me preocupou um pouco. Afinal, havia uma decisão no final de semana. O time mostrou que tinha condições de bater de frente com o Criciúma assim como derrubou o Avaí do campeonato. Mas o que se viu no campo de Itajaí, ou em boa parte do jogo, foi aquele time que perdeu pra Nação e Inter de Lages, empatou com Hercílio e Joinville.... Apatia, essa é a palavra.
O técnico Luizinho Lopes puxou a esperança de uma virada no jogo de volta em Criciúma em cima dos 15 minutos finais de jogo, quando, com o placar de 2 a 1, o time foi no embalo para tentar o empate enquanto o Tigre tentou fechar a casinha para garantir o resultado. Uma esperança que, para mim, é vazia. O time já mostrou que pode jogar muito mais que essa coisa horrível do primeiro tempo. E o treinador tem boa responsabilidade nisso.
A falta de Rodolfo Potiguar, suspenso, foi sentida, com certeza. Era de se imagina que Madison desse conta ali. Agora, o técnico matou o meio campo do time ao nâo escalar Dionisio de saída. Se não vejamos: hoje, o time não conta com um meia de ofício (estão chegando dois para a Série B) e Dionisio estava mais ou menos fazendo o papel, com o poder de quebrar linhas de marcação adversárias e criar boas chances de ataque. Eis que o treinador tira um titular do time para colocar Jhemerson, que acabou parando na marcação do Criciúma, que acabou sendo mais alta nesse jogo de ida. No intervalo, Luizinho corrigiu o erro e Dionísio foi o melhor em campo do quadricolor.
A apatia do time no primeiro tempo acabou custando o primeiro gol marcado por Tobias. No segundo, com o jogo ficando mais equilibrado, vem o segundo erro com um pënalti inconsequente de Matheus Nogueira que acaba no gol de Felipe Matheus. O Criciúma teve uma chance de terceiro gol, mas o pênalti cobrado por Guilherme Queiroz ainda deixou o confronto aberto para a volta, ainda que o Brusque tenha que escalar um morro do tamanho do Caravaggio para reverter a boa vantagem que o time de Tencati tem.
Na volta, sábado que vem, Potiguar estará de volta, assim como Luizinho vai escalar Dionísio no meio e talvez conte com a volta de Cristovam, tendo o seu time titular em campo. Para ser campeão, o Brusque terá que fazer um jogo de excelência, sem falhas e com um alto volume ofensivo contra um Tigre que tem um gol de vantagem e estádio cheio empurrando. Um vice-campeonato não apagará o bom início de ano quadricolor, com vaga na terceira fase da Copa do Brasil desse ano e na mesma competição no ano que vem. Mas a atuação pobre em quase 80% do jogo em Itajai pode ter custado o título. Agora é ver se esse time, que já engatou reviravoltas no ano passado e neste ano, consegue operar mais uma remontada daquelas.