JOINVILLE ESPORTE CLUBE
Fundação: 29 de janeiro de 1976
Cores: Vermelho, Branco e Preto
Estádio: Arena Joinville  (Municipal)  - 22.000 lugares
Presidente: Charles Fischer
Técnico: Vinícius Eutrópio
Ranking "BdR" 2020: 7o. Lugar
Catarinense 2020: 8o. Lugar

A palavra "Retomada" serve bem pra simbolizar o momento do Joinville para 2021. O ano passado foi bem ruim: o time terminou o Campeonato Catarinense na antepenúltima colocação, e na Série D o time conseguiu a façanha de perder para o São Caetano e foi eliminado ainda na primeira fase. Muito torcedor, com o orgulho ferido, perdeu a voz de tanto reclamar. Veio uma eleição no final do ano, com dois candidatos e a oportunidade de debater o futuro do clube. E os sócios decidiram por dar ao comunicador Charles Fischer a incumbência de fazer o JEC voltar a ser grande. Sou suspeito para falar dele, até pelo convívio nesses anos de imprensa na cidade. É uma pessoa que vive o Joinville, ainda bem antes de assumir a presidência. É conselheiro do clube, promoveu dezenas de ações e tem uma identificação muito estreita com o tricolor. A gente dizia, internamente, que um dia ele iria chegar na presidência. O momento chegou. Ele tem promovido várias ações para fazer uma agito na cidade e fazer o torcedor voltar a ter esperança. Tem bom trânsito no empresariado e conseguiu parcerias, como a que vai dar assinaturas do Pay per view do Estadual para todos os sócios. Dá pra sentir que o clima na cidade tá diferente.

Se o clima é bom fora de campo, muito há por fazer dentro dele. O JEC se sagrou campeão da Copa Santa Catarina com sofrimento: venceu o Concórdia na final com um gol no finalzinho e levou a vaga na Copa do Brasil nos pênaltis. Vaga essa que é muito bem-vinda pela questão financeira: o time tem uma dívida milionária e trabalha com pés no chão para não gastar mais do que arrecada. E nessa busca por nomes, o time encontrou em Vinícius Eutrópio a pessoa para transformar essa animação em resultados. O ex-técnico de Chapecoense e Figueirense, que até virou matéria nacional com o vídeo onde presenteia um atleta da base com um celular, traz uma grande experiência em uma situação de Série D e obrigação de acesso, que é o que o torcedor tricolor mais almeja. O elenco é enxuto, sem lhe permitir muitas variações. É com isso que ele vai ter que buscar fazer o melhor catarinense possível, sempre com o foco voltado para o Brasileiro.

É necessário dizer que o time que jogou a Copa Santa Catarina ficou bem a desejar. Aliás, todos os times da Copinha mostram que há muito o que fazer. Por isso, é difícil imaginar que o JEC seja candidato ao título, quando há equipes em estágio de preparo bem mais avançado. O time de 2021 tem remanescentes do ano passado, como o experiente lateral Edson Ratinho, os zagueiros Jaques e Charles, o meia Diego e o atacante Alisson Mira, ex-Tubarão, o camisa 9 do time. Para este ano, o time busca se reforçar, junto com o custo-benefício: chegaram o atacante Thiago Santos, o volante Douglas Packer, ex-Remo, o atacante Gustavo Ermel, ex-Figueirense, além de Vinicius Freitas, ex-Chapecoense, que fez apenas um jogo na temporada de 2020 pelo Verdão do Oeste. O que parece ser boa notíciam que pode ser avaliada mais pra frente, é uma retomada de parceria com o Athletico-PR que traz atletas com base em estrutura de Série A a um custo quase zero: caso do atacante Paulo Vítor, do time sub-23, que até chegou a ser relacionado no time profissional sob o comando de Dorival Junior.

O Joinville não aparece como favorito para o Estadual, mas tem um potencial para crescer. Ainda que o time tenha feito jogos bem ruins na Copinha, como nas derrotas para Juventus e Concórdia, só o trabalho de Eutrópio pode fazer com que o tricolor se torne um time confiável e pronto para tentar voltar para a Série C do Nacional. O JEC, que completa agora duas décadas sem saber o que é conquistar um título estadual, entra em 2021 com uma distância a ser descontada para os favoritos. Com orçamento limitado, o torcedor da Manchester espera que o treinador consiga fazer boa limonada com os limões que tem.