Calorias vazias, excesso de corantes e conservantes, açúcar em abundância… certamente, esses argumentos já foram amplamente explorados pela ciência e pela mídia, alertando sobre o consumo exagerado de refrigerantes. No entanto, mesmo com todos estes sinais, por que as pessoas insistem em consumi-los?
Estratégias de marketing e a veiculação de propagandas, sobretudo, em televisões, consistem em mecanismos envolvidos no aumento do consumo de bebidas açucaradas que, por sua vez, refletem-se no ganho excessivo de peso e desenvolvimento de doenças crônicas. Semelhante ao ciclo “consumo de drogas, recuperação e recaída”, a ingestão de refrigerantes e demais bebidas relacionadas está vinculada ao que denominamos reflexo condicionado.
O reflexo condicionado inclui uma série de processos de memória que se relaciona ao ato de consumir ou vivenciar uma situação, ao ambiente propício e aos efeitos/sentimentos proporcionados pelo ato em si; ainda, tal reflexo controla o “querer” e o “prazer”. De forma análoga, o consumo de refrigerantes envolve o reflexo “vejo – lembro – quero ansiosamente – me sinto recompensado momentaneamente”, contribuindo para que pessoas mais suscetíveis aumentem o consumo, buscando uma experiência já vivenciada. Substâncias presentes no refrigerante, como cafeína e xantinas, podem causar aumento dos batimentos cardíacos e da temperatura corporal, elevar a atividade renal e a produção de suco gástrico, além de interferir na percepção de fome e sono, sensações essas que se assemelham ao uso de substâncias psicoativas.
Além disso, alimentos hiperpalatáveis acessíveis estimulam as pessoas a encontrarem, nos refrigerantes, prazer e conveniência mais facilmente. Tal hedonismo incentiva o consumo calórico que, por sua vez, reflete-se nas altas taxas de sobrepeso/obesidade mundiais. Embora pouco se saiba sobre como os mecanismos de prazer afetem o consumo alimentar, esse comportamento conseguiu ser bem explorado pelas perspicazes indústrias de alimentos e suas mídias a fim de fidelizar clientes e expandir o consumo de seus produtos nutricionalmente pobres. Quem perde é o consumidor que se vê atrelado à ingestão compulsiva de uma bebida “deliciosamente” viciante.
Nutricionista Ana Carolina Loos Duarte
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