Brusque nutre o orgulho de ser colonizada por alemães e italianos, mas a partir desse primeiro de janeiro quem faz história na cidade é uma mulher negra, gaúcha, que como muitos vieram para Brusque em busca de crescimento. Marlina Oliveira Schiessl é coordenadora pedagógica da rede municipal de ensino e a primeira mulher negra a assumir como vereadora na Câmara de Brusque.   

Eleita com 753 votos, pelo Partido dos Trabalhadores (PT) ela assume uma vaga na câmara dizendo que vai lutar pelas minorias. “Parafraseando Marielle Franco, sou uma pessoa que tem lado, que tem uma classe social, uma cor negra e uma identificação de gênero. É desse modo que assumo uma cadeira na  Câmara das vereadoras,  com o desafio de construir um mandato inclusivo e participativo, mandato esse,  comprometido com a luta  pela Educação,  a causa das mulheres e das crianças e todos os movimentos sociais e de diversidade. Tudo isso,  ancorada nos princípios da luta antirracista,” disse.

Marlina diz que boa parte de seus votos é pelas pessoas que ela representa como mulher e negra, já que nem sempre essas pessoas conseguem se fazer ouvir ou se fazer representar. “Chego aqui com a luta por respeito dos diferentes coletivos sociais: feminista, LGBTQi+, pessoas com deficiência e tantos outros que precisam ter garantidos o seu espaço de voz, ou seja, vez e voz. Vozes essas que muitas vezes são silenciadas, mas que ao elegerem uma mulher negra, traduzem os seus anseios e dão uma resposta à sociedade.

Questionada sobre o partido ao qual faz parte o PT e a relação com a cidade, tendo em vista a grande rejeição ao qual o partido vem sofrendo, ela destacou que o mandado é para as pessoas que ela representa. “Não é sobre o partido que faço parte, mas sim sobre a cidade que queremos'', explicou.

A cerimônia de posse dos 15 vereadores eleitos para o mandato 2021-2024 ocorreu na tarde desta sexta-feira (1), no auditório da Igreja Matriz São Luís Gonzaga.