Existe uma expressão inglesa que vai muito de encontro ao que o Brusque enfrentará na segunda fase da Série C. O time de Jerson Testoni será o "outsider" nessa disputa, contra três times que não estão a um, mas sim a dois degraus acima do estágio do futebol que o time está. O treinador pregou luta durante a semana e isso não faltou. Mas o Brusque foi uma bagunça em Criciúma. Tomou uma virada e achou um gol no finalzinho, quando o Ituano já fazia 3 a 0 no São Bento e a situação do Tigre não mudaria em nada.
Time que foi para o campo diferente do que foi armado pelo técnico, uma vez que alguma pessoa do clube teve a proeza de perder o prazo de inscrição do atacante Nunes, que seria o homem de referência e acabou dispensado. Abriu um a zero em um pênalti em cima de Garcez, mas tomou a virada logo depois. No segundo tempo, o Tigre deu espaço e o Brusque procurou, dentro de suas dificuldades, chegar ao gol de Agenor. Sem qualidade, é verdade, com excesso de bolas lançadas na área e sem aquele toque de bola que a gente conhece e que ficou perdido em algum ponto lá atrás na história.
Quis o destino que o time classificasse com uma sequência de SETE jogos sem vitória e TRÊS pontos conquistados em 21 (valeu, Boa!). E agora, na segunda fase, o time entra como zebra. O treinador ainda não deu jeito de recuperar a intensidade do time. Numa opção dele, sacou Everton Alemão do time para colocar Claudinho, que falhou feio em cobertura no lance do primeiro gol, deixando um buraco no meio da área. O time toma gol todo jogo. Há mais de um mês não sabe o que é ir pro vestiário sem ser vazado. Eu fui chato pra caramba nas últimas semanas em lembrar que o time precisava de mais um meia e um zagueiro. Os times já sabem como o time joga e a sua falta de variações. Thiago Alagoano não tem um segundo meia para jogar ao seu lado (Jerson enfatizou que esse segundo homem é Zé Mateus, segundo volante), Eliomar está longe daquele que já conhecemos e Gustavo Henrique convive com lesões. Isso deixa o time engessado. Além do mais, Edilson e Airton não são os mesmos do Estadual. Armas que não são mais as mesmas.
Se quiser conseguir o acesso, o time precisará de uns 10 pontos. Eu não consigo enxergar nesse momento um Brusque competitivo o suficiente para passar pelo Santa Cruz, o Ituano (que deu um banho de bola na partida no Novelli Junior) e o Vila Nova. Existe um dilema: o time era um no primeiro turno, com qualidade e velocidade. Entrou no returno, virou uma desgraça e ainda comemora empate com o Criciúma, que foi atropelado por 3 a 0 no Augusto Bauer e que penou até a última rodada para não cair.
Jersinho tem uma semana pra arrumar o time com o que lhe foi disponibilizado. O time já provou que tem condição de jogar muito mais do que esses últimos sete jogos. O grupo é dificílimo, e pra piorar, a turma perdeu o respeito. Antes a turma queria evitar o Brusque. Nas últimas semanas, tava pedindo pra cair na mesma chave. Confesso que vou acompanhar esse quadrangular sem grandes pretensões. Se o time vencer o Santa Cruz na semana que vem, talvez eu mude de ideia. Mas se a sorte sorriu para colocar o time na segunda fase, vai precisar de competência no quadrangular, contra tudo e contra todos, até contra o próprio Brusque, que tem gente que trabalha lá dentro que perde prazo pra registrar jogador e deixa o treinador na mão.