Quase 28 anos depois, o Brusque entra em campo na Arena Condá para enfrentar a Chapecoense em uma situação bem diferente de março, quando o futebol parou no Brasil. Lá atrás, o time seria favorito contra qualquer um dos adversários. Agora não é bem assim: a Chape foi o time que melhor se "aproveitou" do tempo sem jogos, e o então novo técnico Umberto Louzer teve tempo para fazer uma pré-temporada decente e arrumar o que não estava funcionando sob o comando de Hemerson Maria.
O Brusque não terá Airton, suspenso. Perde um pouco das alternativas ofensivas pela esquerda, dentro das várias opções que o time tem. A entrada de Ronaell faz com que o time tenha um homem com maior característica de marcação na ala, e de repente pode fazer com que Jerson Testoni abra mão de João Carlos e coloque Edilson para apoiar em cima de Alan Ruschel, que não tem toda a velocidade para acompanhar no corredor.
Claro que o problema maior do time é a falta de Edu. A turma que chegou pra Série C não está inscrita no Estadual, então o time vai de Johnny com a camisa 9 para lutar por espaços no meio da boa zaga da Chape. Ele não se achou ainda no Brusque. Tem números interessantes do ano passado, mas aqui ainda não conseguiu implementar uma identidade que o coloque como substituto a altura do artilheiro do time (e nem quero que ele jogue igual ao Edu, mas que pelo menos consiga ser mais presente nas jogadas).
Mas o Brusque tem suas armas: é um time de característica ofensiva e não tem como abandonar isso. Tem três atacantes, com Thiago Alagoano como homem de ligação e um Zé Mateus que avança pra ajudar. Não tem como esperar o adversário, não é do DNA do time. Logo, a Chapecoense terá pela frente um sistema de jogo diferente do que vem enfrentando na maioria dos jogos da Série B, o tal do time reativo que se preocupa primeiro em defender pra depois achar um espaço pra se soltar. São dois times que se respeitam e que vão muito bem nos seus campeonatos. Promessa de dois jogos muito competitivos. O confronto virá para Brusque aberto.