A saída de Jerson Testoni do Brusque é, além de tudo, algo absolutamente previsível dentro do futebol. Poucos acreditavam que ele permaneceria após a goleada sofrida para o Coritiba por dois motivos: primeiro, pelo conjunto da obra, ao ver o time não apresentar nada novo, com uma sequência grande sem vitórias, tomando gol de todo jeito. E depois, pelo tempo até o próximo jogo, já que o time só volta a campo na sexta-feira que vem.
Existe um tipo de comoção com a saída do treinador por causa de toda a sua história no clube. Ele comandou o time mais de 100 jogos, tem um acesso na conta e será reconhecido na história por isso. Não tenho dúvida que encontrará rápido um novo emprego. Mas a troca, neste momento, é boa para o Brusque e para o próprio treinador, que se mostrava irritado e de “saco cheio” da situação. É o momento do Brusque virar a chave e partir para um horizonte novo dentro do clube. O time ainda carregava muito daquele time da Série D de 2019 e uma nova visão de jogo é importante para que o time se recupere na Série B.
O nome do novo técnico deve fugir da lista dos favoritos do torcedor. Não me surpreenderia se um nome desconhecido da maioria encampar o desafio. A conta é simples: é necessário trazer um treinador que encaixe na realidade salarial do clube, e que provavelmente trará a sua comissão técnica. É importante que a diretoria analise o seu modo de trabalho para saber se conseguirá fazer o time jogar bem com as peças que tem a disposição. Tem muita coisa pra trabalhar: a defesa anda falhando demais (tem a segunda pior defesa do campeonato) e o sistema ofensivo não consegue passar pelas marcações adversárias, com direito a insistência em Garcez e Bruno Alves.
A situação é grave, mas ainda não é desesperadora: olhando para a classificação, temos dois times virtualmente rebaixados e seis ou sete equipes que estão no mesmo patamar, com o Brusque nesse meio. Que a diretoria saiba escolher quem vai assumir o desafio. Vencer o Vitória na sexta que vem é uma obrigação.