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Rodrigo Santos: Mudanças demais, futebol de menos

Brusque faz jogo apático em Belém e começa a ver o Z4 da Série B mais perto. Treinador tinha que mudar, mas exagerou na mão

Por: Redação
15/07/2021 às 00h15
Rodrigo Santos: Mudanças demais, futebol de menos
Foto: Jefferson Alves / BFC

Comecei a escrever esse texto depois de ouvir a entrevista do técnico do Brusque. Jerson Testoni disse que o jogo estava "controlado" e lamentou tomar 2 gols em 3 minutos do então lanterna Remo. A verdade é que seu time foi ao Pará pra não perder, ou como diriam alguns amigos, "jogar por uma bola". Mudou demais o time. Tinha que mudar, é verdade, mas a necessidade de mostrar algo diferente fez o treinador perder a mão.

Concordo com as entradas de João Carlos e Rodolfo. O time precisava de um pouco mais de equilíbrio defensivo, depois de tomar sete gols em duas partidas para Guarani e CSA. Mas nas outras, ele inventou. Primeiro, vamos falar do gol. Não há motivo justificado para tirar Jeferson Paulino e colocar Zé Carlos, que não joga desde a Série C, no time titular. Tanto que ele falhou no primeiro gol do Remo. Para se trocar um goleiro titular, é necessária uma grande justificativa. Nesse caso, não tem. Outra mudança que tem que ser muito questionada é a entrada de Garcez, o sumido, no time titular. Ele ficou um mês desaparecido, achincalhando a imagem do clube, é reintegrado e, dez dias depois, ainda bem fora de forma, já ganha vaga de titular. Enquanto isso, Thiago Alagoano segue lá, intocável no meio-campo, com números de rendimento bem modestos. Diego e Gabriel Taliari, e até Jhon Cley, e porque não Tinga, sequer são lembrados. Diego e Gabriel foram jogados lá para as extremas, onde claramente estão desconfortáveis. Alex Ruan, o único que realmente encaixou na dinâmica de dois atacantes abertos, está no DM e sabe-se lá quando volta.

Mexeu demais no time, não conseguiu fazer um treino decente com essa formação, e isso refletiu no campo de jogo. Até entendi o que ele quis fazer, aproximando-se do time do Estadual e buscando um conjunto melhor. A parte defensiva até funcionou razoavelmente enquanto João Carlos e Rodolfo estiveram em campo. O problema é que eles não tinham ritmo pra 90 minutos, já que o treinador vinha insistindo com Toty e Fillipe Soutto jogando junto com Zé Mateus, o que abriu uma cratera na marcação no meio-campo.

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O Brusque achou o 1 a 0 com um golaço contra de Rafael Jansen e não soube manter a bola longe da cozinha. Tomou o empate numa falha de Zé Carlos e a virada em mais uma falha de posicionamento na bola parada. Desatenção pura e falhas que poderiam ser evitadas.

Sábado tem jogo contra o Botafogo, e depois o time sai para duas partidas fora, contra Vila Nova e Náutico. Pela primeira vez depois daquele 8 a 1 para o Volta Redonda, o técnico Jerson Testoni tem seu trabalho questionado com mais força. Inventou demais no jogo contra o Remo. Era pra mudar, mas não tanto. Era pra jogar com DNA ofensivo, mas pensou em controlar contra o lanterna da Série B. A preocupação começa a aumentar.

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